Ewá é a divindade do canto, das coisas alegres e vivas. Dona de
raro encanto e beleza, é considerada como a Rainha das mutações, das
transformações orgânicas e inorgânicas. É o Orixá que transforma a água de seu
estado liquido para o gasoso, gerando nuvens e chuvas.
Quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando, às vezes,
figuras de animais, de pessoas ou objetos, não nos importamos muito. Porém, ali
está Ewá, Rainha da beleza, evoluindo solta pelos céus, encantando e desenhando
por cima do azul celeste da atmosfera da Terá. Ewá é também o inicio da chuva,
regida por sua mãe Nanã. Este seu principal encantamento: o ciclo interminável
de transformação da água em seus diversos estado, incluindo o sólido. Ela, como
todos os outros, está entre nos no cotidiano, convivendo e influenciando nosso
comportamento, mexendo com nosso destino, gerando situações que vamos viver
diariamente.
Ewá também esta ligada às transformações orgânicas e
inorgânicas, que se sucedem no Planeta. É a mágica da transformação. Está ligada
à mutação dos animais e vegetais. Ela é o desabrochar de um botão de rosa; é a
lagarta que se transforma em borboleta; é a água que vira gelo e o gelo que vira
água; faz e desfaz, num verdadeiro balé da Natureza.
Senhora do belo, Ewá é aquela que vai dar cor ao seres;
torná-los bonitos, vivos, estimulando a sensibilidade; a fragilidade das coisas;
a transformação das células, gerando o que há de mais lindo no mundo. É a deusa
da beleza; é o sentimento de prazer pelo que é belo,; é o respeito pela
maravilha que o mundo apresenta.
A
força natural Ewá é ligada também à alegria, dividindo com Vungi (Ibeji) a
regência daquilo que se chama ou se tem como feliz. Está presente nas coisas e
nos momentos alegres, que têm vida.
É
também a divindade do canto; da música; dos sons da natureza, que enchem nossos
ouvidos de alegria e contentamento. Está presente no canto dos pássaros; no
correr dos rios; no barulho das folhas, sopradas ao vento; na queda da chuva; no
assovio dos ventos; na música interpretada por uma criança, no choro do bebê, no
canto mais que sagrado da mãe Natureza.
Ewá é a própria beleza. É o som que encanta. É o canto da
alegria. É a transformação do mal para o bom. É a vida...
Mitologia
Ewá é filha de Nanã, irmã de Obaluaê, Ossãe e gêmea de Oxumarê.
Apesar de gêmea, foi a segunda a nascer sendo, assim a caçula dos filhos de
Nanã. Cada um dos filhos regia algo: Obaluaê, as pestes e moléstia contagiosas;
Ossãe, as ervas, as plantas e seus segredos e mistérios; Oxumarê, o arco íris, a
riqueza.
Ewá nada regia. Era apenas uma menininha bonita, formosa, cheia
de encantos. E assim cresceu, bela e de brilho intenso.
Pouco a pouco, os homens foram se interessando por ela, tal era
a sua beleza. Muitos pretendente chegavam, de todas as partes, com a intenção de
desposar Ewá, pois usa beleza era tão grande que sua fama chegou a todos os
reinos.
Em
pouco tempo o reino de Nanã estava cheio de supostos noivos, que lutavam entre
si para conquistar o coração da jovem Ewá. As lutas foram crescendo e tomando
proporções, a ponto de, em cada canto do reino, haver um grupo em luta, com um
só objetivo: desposar Ewá, Isso tudo fugiu ao controle de todos, pois o encanto
do jovem parecia enfeitiçar os homens, a ponto de matarem-se uns aos outros.
A
situação já passara dos limites e os pretendentes, que não paravam de chegar,
foram até a própria Ewá, obrigando-a a escolher um deles. Isto acontecia aos
gritos, empurrões, exibições de força e poder, cobranças violentas, barulho,
levando a jovem a um desespero que jamais sentira.
A
pressão foi tão grande, mas tão grande que, de repente, ouviu-se um grande
estrondo. Todos se calaram, voltaram-se para Ewá e ficaram imóveis, estáticos,
e de olhos arregalados com o que estavam vendo.
Ewá, impossibilitada de escolher um noivo, e atormentada por ver
tanta morte e confusão por sua causa, começou a se transformar. Como um reflexo
do sol, sua silhueta começou a perder a forma, até que restou apenas um poça
d’água no chão. Aos poucos, aquela poça foi evaporando e subindo em direção ao
céu. Os homens, pretendentes, não se moviam, só acompanhavam a evaporação, bem
visível e o vapor subindo.
Em
pouco tempo uma enorme nuvem branca, contrastando com o azul-claro do céu, foi
desenhando um coração, numa visão de raríssima beleza. Ewá não se casou com
ninguém, mas colocou na mente dos homens que o amor nasce naturalmente, não com
disputas e guerras.
Assim, Ewá transformou-se e recebeu o poder de ir ao céu , como
nuvem e voltar à terra, como água, permanecendo como o símbolo da beleza, do
canto e da alegria.
Dados
Dia: sábado
Data: 13 de
dezembro;
Metal: ouro, prata e
cobre;
Cor: vermelho
maravilha;
Partes do corpo:
olhos;
Comida: banana inteira
da terra feita em azeite de dendê com farofa do mesmo azeite.
Arquétipo: tendência a
duplicidade devido a natureza andrógena da deusa, tendência a riqueza,
magnetismo, gosta de jogar, bonitos, gostam de elogios, imediatistas, necessitam
de outros odus para que ajudam com seu brilho nos processos difíceis.
Símbolo: ejô (cobra) e
espada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário