Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade,
a iniciativa, pois Xangô é um orixá dinâmico, ele é o fogo, ação dentro
do Culto ao Candomblé este orixá é um dos mais temidos, na Africa em
Oió ele possui seu culto e um palácio. É a rigidez, organização, o
trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz
do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a
atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado
“sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô,
a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena;
o respeito pelo Rei é mais importante que o medo. No culto em Cuba na
Santeria cubana seu nome é Shangô.
Talvez
estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso
porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em
terras brasileiras.
Qualidades do Orixá Xangô
Xangô
é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um
Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos.
Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é
miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e,
principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no
panteão africano. Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos
que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em
Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de
Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô
entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso
impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere
obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.
Xangô
é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente
que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre
suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior
parte de seus filhos, quando inquiridos.
XANGÔ ORIXÁ DA JUSTIÇA DO CANDOMBLÉ
Suas
decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas.
Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e
do trovão.
Na África, se uma casa é atingida
por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de
Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois
os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das
pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado
genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da
destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.
Xangô
tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas
pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos
amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de
um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram
pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado
nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da
terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se
quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.
Xangô
não contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo
de comum entre ele e Zeus, o deus principal da rica mitologia grega. O
símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas
lâminas, o Oxé, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções
opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um
lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa
disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores,
sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da
justiça por ele aplicada. Segundo Pierre Verger, esse símbolo se
aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta. Assim como Zeus,
é uma divindade ligada à força e à justiça, detendo poderes sobre os
raios e trovões, demonstrando nas lendas a seu respeito, uma intensa
atividade amorosa.
Outra informação de Pierre
Verger especifica que esse Oxé parece ser a estilização de um personagem
carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo
machado, e lembra, de certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os
iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma jarra cheia de furos,
dentro da qual queima um fogo vivo, demonstrando através dessa prova,
que o transe não é simulado.
Oração de Xangô - Prece a Xangô
Xangô
portanto, já é adulto o suficiente para não se empolgar pelas paixões e
pelos destemperos, mas vital e capaz o suficiente para não servir
apenas como consultor.
Outro dado saliente
sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a
morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina
sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os
detesta ou os teme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um
filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se de sua cabeça e de sua
essência, entregando a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete
meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e
coisas mortas.
Deste tipo de afirmação
discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente
todos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com o
Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a
enterros.
Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô.
Xangô
teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer,
sendo apontado como uma figura vaidosa e de intensa atividade sexual em
muitas lendas e cantigas, tendo três esposas: Obá, a mais velha e menos
amada; Oxum, que era casada com Oxossi e por quem Xangô se apaixona e
faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã, que vivia com Ogum e que Xangô
raptou.
No aspecto histórico Xangô teria sido o
terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian e Torosi, e teria reinado sobre a
cidade de Oyó (Nigéria), posto que conseguiu após destronar o próprio
meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma
aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.
Comida de Xangô – Amala – Oferenda – Agrado Orixá
Em uma de suas lendas este Orixá
que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na floresta, sempre
acompanhado da fiel Iansã, enforcou-se e ela também. Seu corpo
desapareceu debaixo da terra num profundo buraco, do qual saiu uma
corrente de ferro - a cadeia das gerações humanas. E ele se transformou
num Orixá. No seu aspecto divino, é filho de Oxalá, tendo Yemanjá como
mãe.
Xangô também gera o poder da política. É
monarca por natureza e chamado pelo termo obá, que significa Rei. No
dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios
políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas
campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no
trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.
Xangô
é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Yemanjá. Diz a lenda que ele foi
rei de Oyó. Rei poderoso e orgulhoso e teve que enfrentar rivalidades e
até brigar com seus irmãos para manter-se no poder.
Cantiga para Xangô
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